[prolegômenos]
O que é um pardonazi? Vem do conceito
de pardoneira; e talvez seja impossível não fugir do clichê da autorreflexão. Ao
me perguntar sobre sua natureza a invoco no estado presente das coisas. Estou
pardonando zela. Mas isso não faz muita diferença, porque um verdadeiro
pardonazi nunca irá ler esse texto. É impossível que isso aconteça no estado
atual do conceito.
No pardonazi, a ideia de pardonazi é
uma grande pardoneira que se dissolve por completo nas suas ações. Qualquer
sugestão de filosofia se transforma em ações e faltas de idéias que são um
combustível que alimenta a coisa toda. Falar de pardonazi é então matá-lo e
invocá-lo ao mesmo tempo, porque só um não-pardonazi pode falar do pardonazi,
mas para isso tem que entrar em seu
território.
O não-pardonazi vê sem receio esse deslocamento,
porque não sente desconforto com o pensamento alienígena. Existem vários
mundos, e todos eles são habitados. A pardoneira tenta conectar esses mundos
por uma substância primordial, que aparenta ser mijo (urina). E o que pensar sobre o mijo? É apenas mais uma pardoneira a
ser eliminada. O mundo do pardonazi é portanto um só, e eliminou o seu Criador.
A mijada no entanto permanece, e ela aponta para vários lugares!
O grande desafio para o não-pardonazi é
tentar fugir do imenso jato de urina pardonazi que está apontado para ele. Mas
ele vê a tragédia quando olha pra si mesmo e se vê encharcado de mijo, com um
ranço de ureia que não sai. Percebe então que mergulhou fundo na pardoneira, e
sem saber estava adorando nadar em uma piscina toda mijada.
O não-pardonazi visualiza uma solução.
Virar um soldado. Tentar usar armas para matar o pardonazi. Nesse ponto ele já
está maduro. Sabe que sua faca, seu rifle, sua bazuca, são feitas daquele
material que odeia. Sim. O xixi. Mas não importa mais. Ele encarnou um
pardonazi, e com isso eliminou a reflexão não-pardonística.
O resquício do não-pardonazi nele jaz sobre
sua pergunta fundamental: tentar limpar o mijo do mundo, ou jogar um mais
fedido? Eis uma grande pardoneira...
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