Um bom exemplo de força comunitária que gera
consensos é uma partida de futebol: todos os jogadores sabem como se devem
portar, quais regras seguir e o como devem reagir em diversas eventualidades,
desejáveis ou não. Aqui, há muito menos dissenso do que em uma arena política,
ou em uma sala de aula de sociologia nos tempos atuais. Os gestos a serem
feitos estão programados, assim como as reações a outros gestos dos demais
participantes.
Entender como jogar um jogo, quais regras
seguir e o que esperar dos outros, é uma etapa importante na socialização e na
composição de um Eu (Mead).
Se a comunidade brasileira fosse uma entidade
única, não haveria dissensos jamais. Sobre nada, porque todas nossas concepções
são formuladas à luz de uma comunidade (o outro generalizado). É a audiência de
nossas expressões.
E com tantos dissensos, nos debates políticos,
nos valores culturais, nas visões sociológicas, pergunto: onde está nossa
comunidade? Parece que andamos para uma fragmentação social que sabe-se lá no
que vai dar. Não sei se era diferente antigamente, mas provavelmente estamos
numa era mais plural quanto aos grupos que compõem uma sociedade. O
pós-marxismo, por exemplo, abandonou o tradicional dualismo marxista em favor a
uma multitude de grupos em conflito pelo poder.
Clamo pelo resgate do consenso e o
fortalecimento de nossa comunidade, baseada em valores universais – tolerância,
compromisso e diligência.
Autores inspiradores: George
Herbert Mead, Erving Goffman, Ludwig Wittgenstein e Jurgen Habermas. E um pouco de Mussolini hehe.
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