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Freud utilizou a ideia de ambivalência em sua teoria. |
Para Freud, muitas neuras psicológicas que parecem opostas possuem a
mesma raiz. Por exemplo, aqueles muito bagunceiros e os obsessivos com
organização podem ter tido experiências semelhantes que precederam seus
comportamentos. A isso chamamos na psicanálise de
ambivalência, que “designa a coexistência de atitudes afetivas opostas
frente a um objeto, e particularmente a coexistência do amor e ódio em uma
mesma pessoa”.
Ou seja, certa experiência pode levar a opiniões e atitudes opostas: ame
ou odeie, suje ou limpe, organize ou bagunce, etc.
O caso de Adam Lanza
Adam foi criado nos Estados Unidos em uma pequena cidade. Foi um garoto
tímido e introspectivo, que falava pouco e possuía fobia social. Ele era muito
diferente de seus conterrâneos! O adolescente médio de sua cidade não era tão
calado, possuía alguns amigos e seguia a vida social no eixo família-escola.
Adam era diferente, ou acreditava ser. Não tinha o número de amigos que os
outros tinham, e nem a facilidade para o diálogo. Em casa, não havia o
reconhecimento dos outros (mãe, irmão, pai) como uma pessoa de igual nível, mas como seres diferentes (inferiores ou
superiores, dá no mesmo!) com os quais a amizade não surgia. Somente a necessidade de convívio.
Adam conviveu com a liberdade
desde sempre, pois nunca foi constrangido a mudar! Sua sociedade tolerava sua conduta diferente, como
muitas vezes acontece no Ocidente (permitir a existência dos esquisitos).
Sequer bullying ele sofria! Era somente deixado a ser o que era.
A liberdade extrema que Adam vivenciou levou-o a uma conclusão fatal: a
morte é a maior forma de liberdade a ser atingida. A morte liberta. Ao matar vários, Lanza acreditou estar liberando
eles de uma vida vazia. Afinal, pra que serve a liberdade se não há escolhas
melhores, se podemos ser esquisitos e os outros não lidarem com isso?
Dessa forma, a experiência de liberdade de Lanza (sua aceitação no meio,
mesmo sendo diferente) o levou à possibilidade de atingir o ápice do conceito:
o poder de morte em mãos e a escolha de usá-lo (sentindo assim a liberdade),
libertando os corpos terrenos desse mundo. Mas não consideramos privar alguém
de sua vida a maior ofensa à sua liberdade? Ou será que Lanza está certo? – Melhor ser um morto livre, do que um escravo
vivo.