Reproduzo carta escrita, inspirada por uma discussão filosófica nauseante durante a aula :P
Caro
Prof. Edson,
Você
me envenenou! Impingiu meu pensamento com ventos intempestivos imoladores. E
engraçado que no meio de tanta turbulência, a questão central possui certa
plenitude cósmica. Não há deslocamento ou divisão nesse terreno. Ele se
reproduz continuamente, e a natureza dessa substância vem dela própria. Talvez
o eterno retorno do mesmo (Nietzsche) valha também para esse caso. A
contingência se reproduz, e dela somente arbitramos para poder conhecer
qualquer coisa! “Sem registro não há diferenciação”.
Agora,
certo, isso é sabido. Mas devemos deixar isso afetar a produção de
conhecimento? Será que a sociologia deve circular tanto por essa lei
epistemológica? Ela não está muito separada
da realidade social? O homem há muito tempo “criou” códigos, e a partir de
então, soube simbolizar. Daí surgiram todas as possibilidades de ingerência
lingüística. E qual o peso disso em nossos trabalhos? Quer dizer que o trabalho
sociológico busca analisar tais movimentos de ingerência enquanto sujeitos a um
processo sócio-histórico?
Concordaria
com tal abordagem na medida em que não no esquecêssemos das faculdades do
entendimento: o homem não opera na contingência enquanto sujeito da ação. Ou
melhor: para operar na contingência, devemos exterminá-la! A ação pode até se
operar no entorno de sistemas, mas qual seu valor científico –
epistemológico – nesse caso?
Voltando
às faculdades do entendimento, esse modelo não seria uma premissa para dar
partida a qualquer produção científica? A partir do momento que as reconhecemos
(mesmo sem conferir legitimidade), já não desvelamos nossa qualidade de
“conhecedor”?
Ou
seja, a razão crítica legitima a própria razão! Os sistemas psíquicos possuem a
intencionalidade como fundamento autopoiético! Como diria Wittgenstein, podemos
apenas apontar para isso. Não há mais o que fazer!
AAAAAA
(melhor fazer um encerramento operativo)
Bruno
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