quinta-feira, 30 de agosto de 2012

A função política das ciências sociais

A utilidade política da produção científica nas humanidades é construir um conhecimento:


1. Para que a esquerda pense: "Viu, está tudo errado, precisamos melhorar!"

2. Para que a direita afirme: "Não falei que as coisas são assim?"

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Pierre Bourdieu mostrando inteligência

               O ultrarradicalismo de uma denúncia sacrílega sobre o caráter sagrado da ciência, que tende a lançar suspeita sobre todas as tentativas de fundar, ainda que sociologicamente, a validade universal da razão científica, leva naturalmente a uma espécie de niilismo subjetivista:  assim é que o princípio de radicalização que inspira Steve Woolgar e Bruno Latour os leva a forçar até o limite ou reduzir ao absurdo análises  que, como aquelas que propus há mais de dez anos, esforçam-se por escapar  à alternativa entre o relativismo e o absolutismo. Lembrar a dimensão social das estratégias científicas  não é reduzir as demonstrações científicas a simples exibicionismos retóricos; invocar o papel do capital simbólico como arma e alvo de lutas científicas  não é transformar a busca do ganho simbólico  na finalidade ou na razão de ser únicas das condutas científicas; expor a lógica agonística  de funcionamento do campo científico  não é ignorar que a concorrência não exclui a complementaridade ou a cooperação e que, sob certas condições,  da concorrência e da competição é que podem surgir os 'controles' e os 'interesses de conhecimento' que a visão ingênua registra sem se perguntar pelas  condições sociais de sua gênese.

BOURDIEU, Pierre. Razões Práticas: Sobre a teoria da ação. Papirus Editora, 2011, p. 86.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

O ensinamento de Wittgenstein

Todas os problemas da humanidade são problemas de linguagem, e nada além. 

Se não fosse ela (linguagem), as coisas iriam simplesmente acontecer, o tempo passaria e tudo mudaria uma hora ou outra.

A filosofia é uma terapia nesse sentido: ela serve para nos recordar de que nos acostumamos demais com a linguagem e o que tiramos dela, a ponto de tornar tais coisas leis substanciais da realidade ou pelo menos algo de relevância. 

Depois de perceber que nós temos tal atitude quase que constantemente, podemos perceber que há um espaço para "relaxar", o da não-linguagem. Se não estamos relaxados nesse espaço, é que alguma coisa do mundo externo nos incomoda (ou temos alguma doença). 
Aí usamos bastante a linguagem!
Contudo a interação entre ela e os sinais externos é bastante turva e nunca li nada sobre isso, apesar de querer um dia.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Cândido - Voltaire Cap. XXII

Cândido e o sábio sofrido Martinho vão ao teatro em Paris, a convite de um abade. Cândido chora muito com a tragédia encenada, mas o abade lhe diz que não cabe chorar pois os atores são muito ruins, assim como o enredo. Eis o que segue:

" - Senhor, quantas peças de teatro há na França?, perguntou Cândido ao abade, que respondeu:
- Cinco ou seis mil.
- É bastante, comentou Cândido. E quantas são boas?
- Quinze ou dezesseis, replicou o outro.
- É bastante, disse Martinho."

hahahahahahahaha