segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Rain of Entertainment (poema)

Oh God
The Wind gushes
Everlasting whatever
The Mind flushes
Enjoying its own desire
I know
You know
They know
I'm fabric
This is not an occasional interview with our own desire
Oh God
The rain is coming
Not that natural one, the one that is all about the weather
Oh God
It's the one synonymous with storm
Blizzard, Valve, canals
The Rain of Entertainment
 Of Ever-tainment
To flush our Souls
Everlasting forever
Appeasing the senses
Of uttermost brilliance
Heavenly divine
Such as this Website
Shines above all our minds.
Everlasting…
Minds…

Whatever.

Pt.2

Oh God! How mysterious is the soul! 
Connecting to the Eternal Imagination in such a mundane moment! 
Opening the Youtube page, and seeing all those new videos from the channels you built an affection upon; 
Why, God, dost thou appeasest mine senses 
In such a mundane moment? Por quê?

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Resenha do Recital de Formatura em Composição Musical de Pedro R. Cardoso (08.12.15)

É muito difícil falar de uma apresentação de recital de formatura em Música – Composição, porque as obras são uma coletânea de peças do artista criadas ao longo de seus anos de formação. Mas é possível, em ocasiões não tão raras, captar certo espírito do artista que dá um norte às obras – a “essência anímica”. O recital de Pedro Cardoso foi uma dessas.
A peça inicial, Folclorismo, já apresenta um tom que se perpetua ao longo do recital, que remete a Oscar Wilde e sua frase: “a vida é muito importante para ser levada a sério”. Trata-se de uma interpretação de músicas populares como “Boi da Cara Preta” e “Ciranda Cirandinha” com pitadas de formalismos modernos atonalizantes. As obras do recital carregam uma jocosidade que Pedro Cardoso parece querer passar sem no entanto cair em lugares-comuns bem estabelecidos no ouvido popular. O sucesso dessa empreitada em alguns momentos é um pouco dúbio: o tom lúdico por vezes cai perante um medo artístico de querer se expor, isto é, um formalismo que parece servir de escudo bloqueando a comunicação lúdica com o público. Mas, assim como o silêncio é imprescindível para a comunicação, também o formalismo o é na música: a questão é o diálogo entre ele e a transmissão de coisas significativas, que é o que realmente marca as pessoas e as faz lembrar do que acabaram de ouvir. Pois falemos do marcante no recital:
O conteúdo de matriz sentimental, distante e parco na maior parte do tempo, ao surgir é tempestivo: está presente nas composições a cargo do Iandé Ensemble, intituladas Disciplina Humanística ­e Ricercata em Gestos. Trata-se de música intuitiva onde os músicos são “formadores de opinião” – muito mais do que em outros casos onde apenas se reproduz a partitura literalmente. Assim, é questionável se o dedo sentimental é da performance ou do compositor.
No conteúdo onde o dedo de Pedro Cardoso é mais palpável, vigora a mentalidade wildeana de pequenos prazeres, da grande perícia em trazer conteúdos que as pessoas normalmente fogem de abordar – como política e crítica culturala – para o concreto do entretenimento. Vemos lampejos do humor cáustico de The Onion e do “Elvis da filosofia” Slavoj Zizek na transfiguração de temas pesados para serem mais digeríveis, principalmente nas diversas obras intercaladas que constituem o álbum a ser lançado A Era dos Apps.
Chama também a atenção o uso de línguas falsas: em duas peças as temos. Elas apelam intelectualmente para duas coisas completamente distintas: contracultura e pós-modernidade. Certa vez um hippie – um mesmo, um americano dos anos 60 daquele estilo Woodstock – falou: “Não tenho palavras, eu tenho alma”. Hippies e beatniks associaram a linguagem ao sistema social que não lhes conferiam sentido (do mínimo ao pleno) de existência e viram um enfrentamento ao status quo de transmissão de conteúdos como necessário para a efetivação da vida. Brincar com línguas inventadas é, nesse âmbito, um instrumento contracultural, uma vez que convida a sair dos lugares-comuns dos idiomas que ocupam tanto o cotidiano quanto nossa consciência: a performance de Malu Engel em Lugares que Não Foram invoca a ascensão nietzscheana do espírito que, convertido em criança, passa a levar jogos a sério e encontra aí uma essência perdida pela modernidade. Por outro lado, há o deserto da pós-modernidade: assim como na transfiguração de temas pesados em conteúdos lúdicos d’A Era dos Apps, o uso de línguas falsas em Herr Francis parece querer simplesmente jogar diversão; ergue-se a questão de que o elemento contracultural seja mero wishful thinking de críticos, i.e. masturbação intelectual para agradar outros intelectuais. Fica no ar a questão: do que o artista está cienteb? O conteúdo da obra carrega de fato carga contracultural, mesmo após a constatação de que ela não será absorvida pelo público, ávido para viver as obras no âmbito puro e simples do entretenimento? E será que o artista tem essa visão sobre o público? Bem, se Oscar Wilde vive em Pedro Cardoso, o mistério está resolvido: bem-vindos ao deserto pós-moderno, aproveite a estada; clamar por algo além do deserto é clamar por dor de cabeça desnecessária.
Mas essa hipótese da jocosidade pura e simples não é muito satisfatória… afinal, algo motivou o artista a colocar referências a temas tão profundos em sua obra, não? O que será? Já dizia Bukowski que um intelectual diz algo simples de modo difícil e o artista algo difícil de modo simples. Se for desse jeito mesmo, podemos afirmar, no que tange o marcante: o recital de Pedro Cardoso é um atestado de arte, e que fique marcado assim.


a. Destacam-se uma crítica ao nacionalismo futebolístico brasileiro em E agora: futebol e um apontamento de como funciona o sistema político, “da história da Inglaterra à eleição para síndico do bloco” em Olaiela (que talvez tenha sido o ápice do diálogo entre música pop e crítica cultural/filosofia política).
b. Não que não seja uma pergunta um pouco capciosa, afinal atualmente costuma-se achar que a obra transmite significados independente do autor querer ou não. Mas não se deve ignorar o fato do compositor não ser (ao menos nesse caso) uma máquina que simplesmente compõe sem pensar no que está fazendo.