segunda-feira, 4 de novembro de 2013

O que não se pode vender hoje?

Duas coisas me chamam a atenção: drogas e coisas relacionadas ao nazismo.
Li hoje essa notícia, e não entendi:

 
Portal de leilões se desculpa e suspende comercialização de 30 peças de vítimas de campos nazistas de extermínio
Um uniforme completo, um par de sapatos e braçadeiras com a estrela de Davi estavam entre artigos disponíveis
 
DE SÃO PAULO
 
Uma reportagem da edição dominical do jornal britânico "Daily Mail" mostrou que o eBay, site de leilões online, estava lucrando com a venda de artigos relacionados ao Holocausto, massacre de judeus por nazistas durante a Segunda Guerra (1939-1945).
Após uma "investigação urgente", em poucas horas o eBay suspendeu a comercialização das peças, se desculpou e prometeu fazer uma doação de 25 mil libras (quase R$ 90 mil) para caridade.
Entre os cerca de 30 itens encontrados pelo jornal, estava um uniforme que teria pertencido a um padeiro polonês que morreu em Auschwitz --à venda por cerca de R$ 40 mil. A lista também incluía sapatos e braçadeiras com a estrela de Davi. A empresa recebe comissão sobre os itens vendidos.
Ontem, porém, a Folha entrou no site e encontrou à venda fotos, documentos e etiquetas de identificação em metal de prisioneiros dos campos nazistas.
Segundo o "Daily Mail", a assessoria do eBay informou não saber há quanto tempo os artigos estavam no ar.
"Não permitimos anúncios desta natureza. Milhares de funcionários trabalham no policiamento do site, e utilizamos o que há de mais recente em tecnologia para detectar itens que não deveriam estar à venda."

E por que não se pode lucrar com algo do gênero? Enfim, essa imoralidade torna o Holocausto algo "sagrado", intocado pela lógica de mercado que desmistifica um monte de coisas (tudo que se pode vender e comprar - até visualizações do Youtube são compráveis). 
Como resultado, temos uma atitude bastante emotiva, que abala o espírito, ao tratarmos de Holocausto. Uma das consequências políticas é uma censura latente que barra críticas a Israel. Criticar esse país é para alguns ser anti-semita (o que é extremamente imoral pelos padrões do pós-guerra).

A questão das drogas também mostra a relação [fora do mercado => mistificação]. Quem está ausente desse mundo por vezes tem uma opinião que não reflete a realidade, mitos que o ocultismo do consumo de tais produtos acaba por gerar.

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