quarta-feira, 1 de junho de 2016

Política no Brasil

Política no Brasil é como um jogo Fla x Flu. A torcida (ou seja, o povo) está atenta ao time que torce. São fervorosos em relação ao time que tomam como partido. No entanto, ninguém reparou que compraram ingressos pro espetáculo errado. Não é futebol. É algo parecido, mas com várias regras ruins, que deixam o jogo algo obsoleto. O futebol não flui. Mas ninguém repara: estão apenas torcendo para o time que escolheram, sem ver que as regras é que estão erradas.

(Inspirado por esse excelente texto do Mercado Popular)

"Precisamos falar sobre os impostos.
Não se trata de um tema menor, ou de interesse apenas dos ricos. Caso a carga tributária do Brasil fosse transformada em dias, o brasileiro teria trabalhado (em média) de 1 de janeiro até hoje para financiar o setor público.
Com frequência, circulam na internet alguns memes indicando que a carga tributária brasileira não é tão alta assim. Alguns apontam para a regressividade dos tributos, que de fato pesam mais aos mais pobres. Outros dizem que países europeus e ricos cobram mais impostos e que, por isso, deveríamos seguir o exemplo.
O fato é que a carga tributária do Brasil tem quase todos os defeitos possíveis, dentre eles a injustiça e o peso. Os países europeus e ricos geralmente citados só passaram a cobrar mais impostos depois de se desenvolverem em relação ao resto do mundo, quando os custos dessa decisão eram completamente diferentes e incomparáveis ao caso brasileiro.
Achou que os problemas eram poucos? A complexidade burocrática, um mal talvez ainda mais danoso, possivelmente é a maior do mundo. Um levantamento do Banco Mundial coloca o Brasil como o país onde mais se gasta tempo apenas para saber como os impostos devem ser pagos. A gente gasta mais horas do que o segundo, terceiro e quarto colocados nesse ranking, somados.
Como se não bastasse, apesar disso tudo, o governo não consegue fazer o orçamento caber na arrecadação, gerando crises como a atual.
Acha pouco? Pois o governo ainda se mostra um péssimo gestor do seu dinheiro. A despesa pública com educação é um ótimo exemplo. No mundo, poucos países gastam tanto quanto o Brasil, e poucos tem resultados tão ruins, mesmo quando observamos apenas os emergentes e outros com o mesmo nível de renda do brasileiro. Acima dos vastos gastos, a ineficiência reina.
Cite um pecado que um governo pode cometer ao taxar e gastar a renda dos seus cidadãos, e é provável que o governo brasileiro o cometa. O debate público, repleto de ideias malucas e distorções estatísticas, tenta convencer de que se trata apenas de um detalhe. Infelizmente, não é o caso.
Nós certamente precisamos falar sobre impostos antes que seja tarde demais. Inclusive porque já está tarde demais.
Pedro Augusto Menezes, editor deste Mercado Popular"

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