quinta-feira, 6 de junho de 2013

Capítulo da roda punk


A nossa juventude ama o luxo, é mal educada, zomba da autoridade e não tem nenhuma espécie de respeito pelos velhos. As crianças de hoje são tiranas. Não se levantam quando um velho entra numa sala, respondem a seus pais e são muito simplesmente más. 
Sócrates (430-399 a.C.) 
 Não tenho nenhuma esperança no futuro do nosso país se a juventude de hoje tomar o mando amanhã, porque estes jovens são insuportáveis e não têm moderação. Simplesmente terrível
Hesíodo (720 a.C.) 
O nosso mundo atingiu um estado crítico. Os filhos não escutam os seus pais. O fim do mundo não pode estar longe. 
Inscrição no túmulo de um sacerdote egípcio (2 000 a.C.) 
Esta juventude está podre desde o fundo do coração. Os jovens são maus e preguiçosos. Não serão nunca a juventude de outrora. Os jovens de hoje não serão capazes de manter a nossa cultura. Inscrição numa olaria da Babilônia (2 500 a.C.)  
Um pouco por toda a parte, predomina a ideia de que a experiência pessoal constituiria a personalidade e se incluiria em sua essência. Tortura-se o espírito para fabricar "experiências pessoais", na convicção de que isso constitui atitude digna de uma personalidade e, quando não se alcança resultado, pode-se, ao menos, assumir o ar de possuir essa graça. Outrora, em língua alemã, a "experiência pessoal" era chamada "sensação". E creio que, naquela época, tinha-se ideia mais clara do que seja a personalidade e do que ela significa.
Max Weber (1918 d.C)

O rock de Brasília viveu um capítulo da roda punk em 6 de junho de 2013. Foram dois deuses em conflito. Cada um com sua razão de ser; o choque foi natural. E como em qualquer conflito, quem pensa bem julga que todos estavam errados.

Quatro bandas de rock tocando num pub quarta-feira. Um evento que era pra ser blasé. Começava cedo e acabava cedo, e não era pra ninguém curtir pala wasted. Cédulas de votação para os presentes, que analisariam as bandas e escolheriam a que pensavam ser a mais legal. 15 minutos para cada banda, tempo curto e que não dava para uma real degustação. Isso ia ficar pra vencedora apenas, e estavam ainda no primeiro turno da seleção. Das quatro, uma ia lutar contra outras duas, a serem escolhidas nas semanas seguintes.

Primeira banda, protocolo estava sendo praticado. Quarto da Bia! Tocou um som finíssimo, como sempre. Perguntou se a gente queria fritar. Que tipo de fritação? Eu prefiro a minha com azeite de oliva extra virgem, mas respeito quem gosta de uma banha.

Segunda banda, Rios Voadores. Saí para fumar um palheiro, quando terminei a banda tinha acabado. Mas eles ganharam a votação: mina cantando e som palatável. Agradou aos ouvidos do deus dominante, que tinha a palavra final para selecionar a banda vencedora.

Foi aí que...
O deus inimigo chegou! Se chamava Véia Tonha. Terminei o palheiro e resolvi entrar para curtir o som deles. Mas o terreno do deus dominante tinha sido atacado: o deus representado pela Véia Tonha desceu do palco, invadindo o espaço sagrado que não lhe pertencia! Isso foi visto como uma ofensa pelo outro deus, que tratou de apaziguar a situação. O Véia Tonha não gostou, achou aquilo uma ofensa ao seu deus. É claro que achou, é um deus rival daquele que dominava a situação.

Mas o rock ignora esses deuses, são pormenores da vida cotidiana que não abalam sua essência: a produção de um som maneiro, que agrade aos ouvidos de muitos apreciadores do verdadeiro deus em questão: aquele da música...

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