quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Arte e ciência e o sublime

Um filósofo velho e inteligente (Kant) certa vez pensou que o cerne da arte estava na experiência estética. Há alguma coisa em nós que é ativada pela obra de arte, e nos torna por alguns momentos diferente. Esse efeito era a busca de quase toda a arte, pelo menos até o século XIX ou XX (não sei muito de história da arte).

O velhote chamou isso de "sublimação": o sujeito "sai de si" durante a experiência sublime, transcendendo as fronteiras da sua identidade e racionalidade, e forças inefáveis tomam conta dele.
Sublime assim é algo que desloca nossa individualidade para um plano secundário, e acentua o contato com o momento vivido: "enjoy the moment".

Pelo menos um tipo de arte (a épica? não sei o nome que dão) tem como objetivo produzir essa sublimação entre os apreciadores.

Mas, se a sublimação é um "sair da individualidade", ela tem muito a ver com ciência. Afinal, os cientistas ao trabalhar seguem regras determinadas, e desejam tirar ao máximo os vieses pessoais que podem danificar seus conhecimentos.Querem fazer algo que não valha somente para eles ou um grupo específico, mas para qualquer coisa encaixável nas suas geometrias analíticas.

O sublime está na arte como objetivo, assim como está na ciência como método. Viva!

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